Um estudo elaborado recentemente nos Estados Unidos parece confirmar o que muitas mulheres já suspeitavam: criar filhos pode ser (mesmo!) uma experiência muito desgastante, tanto psicológica quanto fisicamente falando.
Publicada no periódico científico “Human Reproduction”, em fevereiro de 2018, a pesquisa desenvolvida por cientistas da Universidade George Mason conseguiu avaliar um dos supostos efeitos da maternidade no organismo feminino e a descoberta foi surpreendente. É que, de acordo com a análise, ter um filho envelhece o corpo da mulher em 11 anos – pelo menos a nível celular.
Ser mãe envelhece mais rápido?
A informação divulgada pelos pesquisadores norte-americanos foi resultado de uma investigação que examinou os códigos genéticos de quase duas mil mulheres, colhidos entre os anos de 1999 e 2002.
Na pesquisa, foi observada uma parte bem específica do genoma humano, conhecida como telômero, que é ligada diretamente à questão da longevidade. Segundo os cientistas, esse segmento do DNA funciona como uma proteção dos nossos cromossomos e ele se desgasta com o passar do tempo, ficando cada vez menor conforme envelhecemos.
A surpresa veio quando os pesquisadores decidiram comparar o tamanho dos telômeros de mulheres que haviam tido filhos com o de mulheres que nunca haviam engravidado. Pelos resultados, foi constatado que as integrantes do primeiro grupo tinham estruturas menores em seus genomas, em uma proporção que equivaleria ao DNA de uma mulher sem filhos e 11 anos mais velha.
Efeitos da maternidade são maiores que obesidade e cigarro
O estudo, que foi liderado pela bióloga Anna Pollack, apontou ainda que esse envelhecimento celular em mães consegue ser maior quando comparado aos efeitos do cigarro e da obesidade no DNA feminino, baseado em dados retirados de outras pesquisas.
Embora não tenha uma explicação definitiva para esse cenário, a pesquisadora acredita que uma das hipóteses mais prováveis é de que o estresse causado pela gravidez e também pela criação de uma criança pode atacar diretamente a proteção do material genético das mães. Porém, a questão ainda carece de estudos mais aprofundados.
Ao divulgar o resultado do estudo, Pollack aproveitou para acrescentar que isso não significa que as mulheres que têm filhos morrem mais cedo que aquelas que não tiveram herdeiros. Além disso, ela também reforçou que não quer ninguém pense que a pesquisa seja um sinal para que as pessoas desistam de ter filhos. Afinal, só quem é mãe sabe que os sacrifícios da maternidade podem valer muito a pena!
Verdades sobre ser mãe
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