
Hoje com 10 anos de idade, o americano Zion Harvey teve sua vida transformada pela ciência nos últimos 18 meses. A equipe médica que operou essa mudança recentemente relatou o caso em um estudo publicado no periódico científico The Lancet: foi o primeiro transplante de mãos em uma criança.
Transplante de mãos em garotinho
Com apenas dois anos de idade, Zion teve uma infecção generalizada que acabou amputando suas pernas e mãos, além de fazê-lo necessitar de um novo rim. Em 2015, uma equipe do Hospital Infantil da Filadélfia realizou o transplante de mãos, uma operação que durou mais de 10 horas.
Como foi a primeira vez que uma criança se submeteu a isso, o relatório recorda que as equipes médicas e cirúrgicas passaram dois anos de "extensa preparação".
Zion recebeu os órgãos de uma família que havia perdido seu filho. "Eu queria escrever uma carta para os pais que doaram os órgãos, porque eles não precisavam ter feito isso, mas quiseram fazer assim mesmo", disse em um vídeo divulgado pelo hospital concedido a veículos americanos.
Recuperação e acompanhamento
Após a operação, "foram aplicadas técnicas de reabilitação específicas para pediatria", como fisioterapia infantil e medicação imunossupressora, além de acompanhamento de estudos de neuroimagem que mostram a reorganização cervical.
A preocupação a longa prazo, segundo os médicos, passa a ser sobre o quadro psicológico que a criança possa apresentar no futuro e os efeitos da medicação. Seu organismo rejeitou os órgãos transplantados no início e agora ele precisa tomar remédios imunossupressores, que podem acarretar diabetes, infecções e até câncer. Por isso o acompanhamento constante.
Como está Zion hoje?
Depois da cirurgia, ele virou uma estrela, participando de jogos de basebol e tendo sua trajetória acompanhada e comemorada pelas pessoas. Um ano e meio após o transplante, Zion, com muito carisma, deu entrevistas à imprensa americana dizendo que sua vida não mudou muito porque seus amigos o tratam da mesma maneira de quando não tinha mãos.
Mas uma visão mais clínica de sua atual situação mostra que, na verdade, o quadro de Zion evoluiu bastante. "18 meses após a cirurgia, ele é capaz de escrever, se alimentar, tomar banho e vestir-se de forma mais independente e eficiente do que poderia fazer antes do transplante", conclui o documento da equipe médica que acompanha o garoto.
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